Liquidificador, obra-prima da civilização
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oje, quando assistimos à onda dos sucos verdes, dos sucos
desintoxicantes, dos sucos energéticos, dos sucos emagrecedores, dos sucos sei
lá de que casta, as advertências do extraordinário esculápio que foi Silva
Mello acerca do aparecimento do liquidificador elétrico caem como uma luva
sobre aqueles que fazem dos alimentos líquidos ou pastosos sua profissão de fé:
“O
liquidificador elétrico, aparelho que apareceu recentemente no nosso comércio e
que vai tendo imensa aceitação, é encontrado com frequência mesmo no lar de
pessoas de poucos recursos, por uma intensa propaganda e pelo processo de
pagamento em prestações. Por meio dele obtêm-se rapidamente, com a máxima
facilidade, sucos de frutas, legumes, verduras e outros alimentos, que, por
muitas razões, só ganhariam em ser bem mastigados. Trata-se, portanto, de mais
um degrau descido nessa péssima
tendência para ingerirmos alimentos líquidos, em papas, mingaus e pirões, tão
em desacordo com o nosso passado alimentar e as necessidades do nosso
organismo.”
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