sábado, 31 de outubro de 2015

Pequenos erros ao tomar sol que podem provocar câncer em vez de proporcionar vitamina D

Pequenos erros ao tomar sol que podem provocar câncer em vez de proporcionar vitamina D
                                                                                                                                                                Dr. Mercola



                                                                



A
 exposição segura ao sol é essencial à boa saúde, ao passo que a exposição incorreta aumenta o risco de câncer de pele e não nos proporciona nenhum benefício. Queimaduras provocadas pelo sol devem ser evitadas a todo custo.

O sol emite radiações que não são visíveis a olho nu. A luz visível é uma pequena porção ou faixa de radiação, limitada de um lado pelos raios infravermelhos (que proporcionam calor) e de outro pelos raios ultravioleta (que proporcionam bronzeamento).

Como saber se você está obtendo vitamina D suficiente

O importante é entender que, entre os raios que compõem a luz do sol, os únicos que estimulam o corpo a produzir vitamina D são os raios ultravioleta B (UVB). Os raios UVB, provenientes do sol, têm de atravessar a atmosfera, chegar à Terra e, por fim, alcançar a nossa pele.

Cabe ressaltar que os raios UVB representam uma pequena porção do total da radiação solar que chega à superfície da Terra. Em virtude do comprimento de onda dos raios UVB, eles conseguem atravessar a atmosfera quando o sol está num ângulo acima de 50 graus da linha do horizonte. Quando o sol está num ângulo inferior a 50 graus, a camada de ozônio bloqueia os raios UVB, mas permite a passagem dos raios UVA, de comprimento de onda maior.

Quando não se deve tomar sol

             Não faz muito sentido expor sua pele ao sol quando o astro-rei está num ângulo inferior a 50 graus da linha do horizonte. Nessas condições, você não receberá os valiosos raios UVB, mas, em contrapartida, ficará exposto aos perigosos e potencialmente funestos raios UVA. Os raios UVA possuem um comprimento de onda maior que os raios UVB, e podem atravessar facilmente a camada de ozônio e outros obstáculos (como nuvens e poluentes) em sua trajetória do sol à Terra. Os raios UVA são os que realmente aumentam o risco de câncer e fotoenvelhecimento da pele. Se não estiverem acompanhados dos raios UVB, os raios UVA trarão mais problema do que solução, de modo que é melhor, nessas circunstâncias, manter-se ao abrigo do sol para proteger a pele.

Depois da exposição ao sol, seja cuidadoso ao banhar-se

É importante entender que a vitamina D é um hormônio solúvel em óleo. Forma-se quando a pele é exposta à radiação ultravioleta B (UVB) proveniente do sol. Quando os raios UVB tocam a superfície da pele, esta converte um derivado do colesterol em vitamina D.

Contudo, a vitamina D3 que se forma na superfície da pele não penetra imediatamente na corrente sanguínea. E, de fato, para ser útil ao nosso organismo, ela precisa entrar na corrente sanguínea. Portanto, a pergunta é: quanto tempo leva para a vitamina D3 produzida na pele chegar à corrente sanguínea?

Se você está pensando que a resposta é uma ou duas horas, com se julgava anteriormente, está redondamente enganado. Evidências recentes comprovam que mais de 48 horas são necessárias para que a corrente sanguínea absorva a vitamina D3 produzida pela exposição solar.

Portanto, se você se banha com sabonete antes de 48 horas após a exposição ao sol, simplesmente eliminará a maior parte da vitamina D3 que sua pele produziu, e diminuirá os benefícios do banho de sol. Para potencializar seus níveis de vitamina D3, você deve evitar banhar-se com sabonete por dois dias completos depois da exposição ao sol. Você só necessita realmente banhar-se com sabonete nas axilas e virilhas. Mas recomendo vivamente que evite o uso do sabonete por 48 horas na maior parte do corpo que foi exposto à luz do sol.

Evite tomar sol através de uma janela: isso aumentará o risco de câncer de pele

Pelo fato de os raios UVA terem um comprimento de onda maior, eles atravessam mais facilmente os obstáculos, seja a atmosfera da Terra, seja as janelas de vidro. Efetivamente, as janelas de vidro filtram a maior parte dos raios UVB, mas não fazem o mesmo com os raios UVA. Você provavelmente perguntará: o que isso significa?

É importante ter em conta que, se a vitamina D3 é formada pela exposição aos raios UVB, os raios UVA, por sua vez, destroem a vitamina D. Tal fenômeno permite ao corpo manter-se em equilíbrio. Trata-se de um dos mecanismos de proteção de que dispomos para evitar a superdosagem de vitamina D quando permanecemos ao ar livre. Entretanto, quando você se expõe ao sol através de uma janela de vidro – no escritório, em casa, no automóvel –, está recebendo quantidades de raios UVA, mas praticamente nada dos benéficos raios UVB.

Isso pode provocar graves problemas de saúde, porque, além de destruírem a vitamina D3, os raios UVA também aumentam o estresse oxidativo.  Os raios UVA são um dos principais culpados do câncer e do fotenvelhecimento da pele.

Normalmente, quando você se bronzeia ao ar livre, em decorrência da exposição direta à luz do sol, você está obtendo, ao mesmo tempo, tanto UVA quanto UVB, e isso não representa problema algum. Mas quando se expõe à luz solar filtrada por uma janela de vidro, você está, na prática, deixando-se atingir exclusivamente pelos raios UVA. Esta é uma das razões por que muitas pessoas que dirigem por longas horas desenvolvem câncer de pele no braço que permanece ao lado da janela do veículo.




Num dia de outono em Kyoto

Num dia de outono em Kyoto



I
ntérprete originalíssimo da sabedoria oriental, George Ohsawa veio ao mundo a 18 de outubro de 1893, em Kyoto, Japão. Ele próprio, numa prosa algo poética, escreveu sobre o seu nascimento na revista Kusa, que publicou na Índia em 1954:

“Antiga capital do Japão e centro do Budismo fundado há cerca de 1.300 anos pelo Imperador Kanmu, Kyoto abriga mais de quatrocentos templos e quase todas as sedes das várias seitas em que a religião do Buda se desmembrou. Este ponto de convergência do Budismo circunda-se de esplêndidas montanhas verdejantes em cujas encostas e topos se veem vários templos e pagodes.

Na extremidade ocidental da cidade e no sopé do Monte Atago, encontra-se um grande rio esmeralda serpenteando calmamente para o interior da bacia de Kyoto, após descer em torrentes e corredeiras ziguezagueantes por vales rochosos cobertos na primavera de vegetação verde escura intercalada com rubras e inflamadas azaleias. Nas margens e nas montanhas de ambos os lados desse fluxo serpenteante verde-esmeralda, há milhares e milhares de cerejeiras que florescem em abril e tingem com sua cor inebriante a superfície das águas. Cruzando-o, há uma extensa ponte de madeira, no acesso à qual está localizado um templo budista muito antigo.

Num dia de outono de 1893, um jovem casal passava ao longo dos portões cobertos de musgos daquele templo. Eram dois aventureiros vindos de uma região remota do país tentando a sorte na velha capital. Carregavam sua bagagem no dorso e nas mãos. Repentinamente, a jovem esposa suplicou ao marido que interrompessem a marcha. Ali, em frente a um dos portões do templo, deu ela à luz um menino.”

Sistematizador do Princípio Único do Yin e Yang, cuja tradução dietética corresponde ao que outrora chamávamos macrobiótica, Ohsawa nos legou vários ensinamentos. Reproduzo aqui um dos mais instigantes:

"No Reino da Vida, não existem escolas nem universidades, porque o próprio Universo Infinito é a escola eterna. Não há mestres; ou melhor, não há senão mestres, porque cada um deve aprender de todas as coisas e de todas as pessoas dia e noite, sobretudo de um inimigo forte e incansável; sem inimigos, tornamo-nos preguiçosos, fracos e estúpidos."