sábado, 29 de novembro de 2014

Aprendendo um pouco sobre o chá japonês (2ª parte)

Aprendendo um pouco sobre o chá japonês (2ª parte)






Bancha
Este chá é mais yang que o chá verde. Normalmente não há necessidade de tostar as folhas, pois assim, tostadas, é que são comercializadas. Entretanto, se se apresentarem úmidas, é importante tostá-las outra vez.

Prepare este chá num pote de barro. Coloque de 1 a 2 colheres de chá das folhas no fundo do pote. Verta sobre elas 4 xícaras de água fervente. Deixe descansar por 5 ou 10 minutos. Você pode variar a quantidade de folhas e o tempo de preparação até encontrar a combinação que o satisfaça. Em vez de descartar as folhas após cada preparação, simplesmente adicione folhas novas às já utilizadas e terá um novo chá. Você pode repetir a operação até que no fundo do pote as folhas alcancem a altura de 2,5 cm. Dispense-as e comece tudo de novo. É melhor não ferver o bancha, pois a fervura produzirá um chá com sabor muito forte. Além disso, ferver as folhas não é nada econômico, já que todo o sabor é delas extraído de uma única vez. Mantendo o chá abaixo do ponto de ebulição, você pode reutilizar as mesmas folhas para fazer um chá fresco. Contudo, se o objetivo é aplicar o bancha externamente, fervê-lo durante 5 ou 10 minutos é o que se recomenda.

Bancha é a bebida do dia a dia macrobiótico. Ele estimula a digestão e nos mantém enraizados.

Kukicha (Chá de Gravetos)
Kikucha é mais yang do que o bancha. Deve ser ele preparado numa chaleira. Após a ebulição, deixe em fogo brando por no mínimo 10 minutos. Ele quase não contém cafeína, podendo, portanto, ser consumido por crianças. Com propósitos medicinais, você pode ingeri-lo com uma pitada de sal marinho ou gersal, ou ainda com um pingo de molho de soja.

Kikucha tem um efeito alcalinizante sobre o sangue, fortalecendo-nos e revigorando-nos quando nos sentimos cansados. Por outro lado, apresenta ele um efeito sedativo nos casos de insônia. Ele alivia a náusea e a gastrite. Kikucha constitui uma excelente bebida diária para aqueles que sofrem de nefrite, infecções da bexiga, neurastenia, doenças do coração, indigestão e fadiga generalizada.

Bō-cha (Chá das Hastes)
Este chá é mais yang do que o bancha e o kikucha. Ele não contém cafeína. Você pode prepará-lo em fogo médio ou brando.

Bō-cha é permitido em qualquer condição.

Ryoku-cha (Chá Verde)

O chá verde é mais yin do que os chás anteriormente analisados. Ele não deve ser fervido. Coloque ½ colher de chá de ryoku-cha num pote de cerâmica. Verta 1 xícara de água quente sobre o chá e deixe descansar por 3 ou 5 minutos. Coe. Este chá ajuda a dissolver e descarregar a gordura animal e a reduzir o alto colesterol.

A Catastrófica Produção de Alimentos

A Catastrófica Produção de Alimentos
Mike Davis*
Houve uma transição entre os velhos chiqueiros para enormes pavilhões de criação em que uma vasta quantidade de excrementos é produzida, com dezenas e até centenas de milhares de animais com seus sistemas imunológicos enfraquecidos, sufocados no calor e no estrume, a trocar doenças entre si numa velocidade absurda





C
omo muitas pessoas têm apontado, a criação animal nas últimas décadas vem se transformando em algo que mais parece a indústria petroquímica do que a tradicional fazenda familiar retratada em livros didáticos.

Em 1965, por exemplo, havia 53 milhões de porcos em mais de 1 milhão de fazendas norte-americanas. Em 2010, a criação de 65 milhões de suínos estava concentrada em 65 mil instalações – metade delas com mais de 5 mil animais.

Essencialmente, houve uma transição entre os velhos chiqueiros para enormes pavilhões de criação em que uma vasta quantidade de excrementos é produzida, com dezenas e até centenas de milhares de animais com seus sistemas imunológicos enfraquecidos, sufocados no calor e no estrume, a trocar doenças entre si numa velocidade absurda.

A Smithfield Foods, por exemplo, tem duas filiais nos Estados Unidos que criam anualmente mais de 1 milhão de suínos cada, gerando centenas de substâncias tóxicas em lagoas cheias de merda. Qualquer um que presenciar esse tipo de produção pode compreender intuitivamente como o agronegócio tem mexido com as leis da natureza de forma muito profunda.

Em 2009, uma comissão da respeitada organização Pew Research Center publicou um relatório sobre “a exploração industrial da criação de animais”, que destacava os graves perigos representados pela “contínua ciclagem de vírus”. O documento diz que esse tipo de atividade “em grandes rebanhos vai aumentar as chances de geração de novos vírus por meio de eventos de mutação ou recombinação, podendo resultar em sua transmissão de modo mais eficiente entre humanos”.

Essa comissão também advertiu que o uso abusivo de antibióticos em criações empresariais de porcos estava provocando o surgimento de todo tipo de infecções resistentes (como a causada por um protozoário que já matou mais de 1 bilhão de peixes nos estuários da Carolina do Norte e provocou doenças em dezenas de pescadores).

Qualquer melhoria nesse novo ambiente patogênico, no entanto, teria que se confrontar com o monstruoso poder dos conglomerados empresariais como a Smithfield Foods (carne suína e bovina) e a Tyson (carne de frango). A comissão da Pew relatou uma sistemática obstrução de suas investigações pelas empresas, incluindo flagrantes ameaças de bloquear financiamento para os criadores que colaborassem com as inspeções.

Além disso, trata-se de uma indústria altamente globalizada, com grande peso político internacional. A Charoen Pokphand, empresa gigante de criação de frangos sediada em Bangcoc, impediu investigações sobre o seu papel na propagação da gripe aviária em todo o Sudeste Asiático. Do mesmo modo, é provável que as investigações sobre as responsabilidades pelo surto de gripe suína não consigam romper o muro de pedra que protege os interesses da indústria de carne de porco.
Isso não quer dizer que pistas do crime nunca serão encontradas: já há rumores na imprensa mexicana sobre um epicentro da gripe envolvendo um enorme filial da Smithfield no estado mexicano de Veracruz.

Mas o mais importante (sobretudo tendo em conta a continuação da ameaça do H5N1) é alertar para os perigos num contexto maior: a estratégia de combate a pandemias da OMS falhou; vivemos um quadro de piora da saúde pública mundial; remédios que salvam vidas estão sob controle da grande indústria farmacêutica; e chegamos a uma catastrófica situação global causada por uma produção de alimentos industrializada e ecologicamente descontrolada.

·         Teórico do urbanismo e professor do Departamento de História da Universidade da Califórnia.



Só o corpo tem a capacidade de curar-se

Só o corpo tem a capacidade de curar-se
Dr. Hiromi Shinya*




Q
uando a Segunda Guerra terminou, eu era adolescente e assisti à transformação que a tecnologia norte-americana promoveu em minha terra natal. Meu sonho era estudar medicina na América. Em 1963, concluí meu curso de medicina no Japão e mudei-me para os Estados Unidos com minha jovem esposa para iniciar meu curso de residência médica no Beth Israel Medical Center de Nova York.

Vindo de um país estrangeiro, ao chegar aos Estados Unidos compreendi que teria de trabalhar muito para ser um cirurgião respeitado naquele país. Quando criança eu estudara artes marciais e graças a esse treinamento aprendi a usar muito bem as duas mãos. A ambidestria me possibilitou realizar cirurgias com rara eficiência.

Durante o curso de residência fui assistente do dr. Leon Ginsburg, um dos descobridores (juntamente com o dr. Burrill Bernard Crohn e o dr. Gordon Oppenheimer) da doença de Crohn. Um dia o chefe dos residentes e o residente mais antigo que normalmente assistiam o dr. Ginsburg não puderam ajudar na sala de cirurgia, e a enfermeira do dr. Ginsburg, que já conhecia meu trabalho, recomendou-me. Sendo ambidestro, terminei a cirurgia rapidamente. Primeiro, o dr. Ginsburg ficou muito irritado porque não acreditou que eu pudesse ter terminado em tão pouco tempo e ter feito tudo certo. Mas, ao verificar que o paciente tinha se recuperado tão bem sem a hemorragia excessiva e sem o inchaço que costumam ocorrer depois de uma cirurgia longa, ele ficou impressionado. Comecei a trabalhar com ele regularmente.

Nem minha esposa, nem eu, nem nossa filhinha nos dávamos bem nos Estados Unidos. Minha esposa passava a maior parte do tempo doente. Fraca, ela não conseguia amamentar, e nossa filha era alimentada com leite de vaca. Eu trabalhava o dia todo no hospital e, quando chegava em casa, ajudava minha esposa que estava novamente grávida. Eu trocava fraldas e dava mamadeiras à minha filha, mas a pequena chorava muito porque tinha uma urticária muito intensa. Ela coçava-se muito e estava num estado lastimável.

Aí, então, nasceu meu filho. Sua chegada foi uma alegria, mas logo surgiu uma hemorragia retal. Naquela época, eu tinha adquirido o primeiro colonoscópio e examinei meu filhinho. Encontrei uma inflamação no cólon e uma colite ulcerativa. Fiquei arrasado. Ali estava eu, um médico que não conseguia curar sua jovem e bonita esposa nem aliviar o sofrimento de seus filhos. Eu não aprendera nada na faculdade de medicina que pudesse explicar a causa da doença deles. Consultei outros médicos, os melhores que eu conhecia, mas nenhum conseguia me ajudar. Ser um bom cirurgião ou dar remédios para os sintomas não era o suficiente. Eu queria saber o que causava a doença

No Japão, eu nunca tinha visto o tipo de dermatite atrófica que minha filha tinha, por isso, comecei a investigar o que havia nos Estados Unidos que pudesse causar esses sintomas. No Japão nós não tínhamos muitos derivados do leite; portanto, pensei que pudesse ser o leite de vaca que ela mamava. Quando retiramos o leite, ela melhorou rapidamente e eu percebi que ela era alérgica a leite de vaca. Ela não conseguia digeri-lo, e as partículas não digeridas, que eram pequenas o suficiente para passar do intestino para o sangue, eram atacadas pelo seu sistema imunológico como se fossem invasores. A mesma coisa acontecia com meu filho. Quando paramos de alimentá-lo com leite, a colite desapareceu.

A doença de minha esposa logo foi diagnosticada como lúpus. Os valores de seu hemograma caíam, e ela ficava pálida e anêmica. Ela entrava e saía do hospital enquanto lutávamos para salvar-lhe a vida. Morreu antes que eu soubesse o suficiente para ajudá-la.

Até hoje, eu ainda não sei o que causou o seu lúpus, mas sei que ela era geneticamente predisposta a reações exageradas do sistema imunológico. Ela foi interna de uma escola-convento ocidentalizada no Japão e consumia muito leite. Não há dúvidas de que era alérgica a leite, pois mais tarde seus dois filhos também se mostraram alérgicos aos laticínios. Exposta continuamente a um alimento que gerava uma reação alérgica, seu sistema imunológico deve ter se esgotado, deixando-a suscetível à doença autoimune do lúpus.

Com essas experiências, comecei a compreender o quanto a alimentação é importante para nossa saúde. Isso foi há mais de cinquenta anos, e depois disso registrei a história alimentar e examinei o estômago e o cólon de mais de 300 mil pacientes. Passei minha vida tentando compreender o organismo humano, a saúde e a doença. Comecei pela doença – suas causas e tratamentos –, mas, assim que comecei a compreender melhor o trabalho do corpo como um todo, mudei minha maneira de tratar as doenças.

Vi que nós, médicos, e nossos pacientes devemos empregar mais tempo na compreensão da saúde do que na luta com a doença.

Nascemos com o direito à saúde; é natural ser saudável. Depois de começar a compreender a saúde, fui capaz de trabalhar com o corpo, ajudando-o a livrar-se sozinho da doença. Apenas o corpo tem a capacidade de curar-se. Como médico, crio um meio para que a cura aconteça.

Assim, comecei tentando compreender a doença, mas minha pesquisa acabou me levando para o que eu acreditava ser a chave da saúde. Essa chave é a enzima milagrosa do nosso próprio organismo.

O organismo humano tem mais de 5 mil enzimas que geram, talvez, 25 mil reações diferentes. Pode-se dizer que toda ação do organismo é controlada por enzimas; porém, sabemos muito pouco sobre elas. Acredito que criamos essas enzimas a partir de uma enzima-fonte, que é mais ou menos finita em nosso corpo. Se essas enzimas-fonte se esgotarem, não haverá um número suficiente delas para reparar as células de maneira adequada, o que, com o tempo, possibilitará o desenvolvimento de câncer e outras doenças degenerativas.

Em suma, esse é o fator enzimático.

Quando ajudo meus pacientes com câncer de cólon a se curarem, primeiramente removo o câncer e depois os coloco em uma dieta rígida de alimentos não tóxicos e ricos em enzimas e água, para que eles tenham mais enzimas-fonte para reparar as células do organismo. Não acredito no uso de medicamentos fortes que desafiam o sistema imunológico, pois acho que o câncer de cólon não acontece por acidente, de maneira isolada. O câncer de cólon é um alerta de que todo o suprimento de enzima-fonte está se esgotando.

Ao mesmo tempo que acredito que nascemos com um suprimento limitado dessa enzima-fonte e que não devemos gastá-lo com má alimentação, toxinas, eliminação deficiente e estresse, compreendi outra coisa. Essa outra coisa é o motivo pelo qual chamo essa enzima-fonte de enzima “milagrosa”. Tenho testemunhado várias curas espontâneas e remissões de todos os tipos de doença. Ao estudar essas curas, comecei a compreender como esses milagres acontecem.

Descobrimos o DNA, mas não sabemos realmente muita coisa sobre ele. Há um enorme potencial latente em nosso DNA que ainda não compreendemos. Minha pesquisa indica que explosões emocionais positivas, como as que surgem do amor, da risada, e da alegria, podem estimular nosso DNA a produzir uma enxurrada de enzimas-fonte – a enzima milagrosa que age como  biocatalizador da recuperação das células. Alegria e amor podem acordar um potencial muito além do conhecimento humano atual.

Neste livro, direi a você o que fazer no dia a dia, o que comer e que suplementos e enzimas tomar para ajudar suas enzimas milagrosas e sua saúde. Entretanto, a coisa mais importante que posso lhe dizer para viver uma vida longa e saudável é fazer o que o deixa feliz (mesmo que isso signifique não seguir, às vezes, minhas outras recomendações).

Ouça música. Faça amor. Divirta-se. Curta os pequenos prazeres. Viva a vida com paixão. Lembre-se de que uma vida feliz e cheia de significados é o caminho natural para a saúde. O entusiasmo, e não a perfeita adesão ao regime alimentar, é a chave da eficácia do fator enzimático para você.


*Autor do livro A Dieta do Futuro.

A dádiva de cada instante


“Por que, afinal, Cézanne pintou a montanha Sainte-Victoire a cada instante? É porque a luz de cada instante é um presente.”

Althusser