sábado, 29 de julho de 2017

A Cebolinha infinita

A Cebolinha infinita
ou
Como nos livrar pouco a pouco do capitalismo

do site No Gods No Masters 



Quando compramos um maço de cebolinha, geralmente cortamos as folhas para cozinhar e jogamos no lixo a raiz – diga-se, porém, que isso só vale para quem ainda tem o habito de cozinhar, pois ultimamente ouvimos muitas pessoas dizerem que já nem dispõem de tempo para cozinhar, e por isso desistiram de ter um fogão em casa.

Forçosamente me veio uma reflexão: se já não temos tempo algum para cozinhar para nós mesmos e para as pessoas de quem gostamos, o que estamos fazendo com o nosso tempo?

Mas voltemos à cebolinha. Vocês sabiam que mesmo depois de tirar as folhas da cebolinha a raiz pode ser plantada? E que ela vai viver e dar novas folhas em bem pouco tempo? Sim, isto é verdade, fazemos isso aqui em casa e sempre funciona muito bem. Temos sempre cebolinha fresquinha, e a cada renovação de folhas o gosto fica ainda melhor. Afinal, nem todo mundo consegue ter hortaliças livres de pesticidas, e a cada nova geração ela fica ainda mais limpinha.  

Mas que diabos tem isto que ver com a possibilidade de nos livrarmos pouco a pouco do capitalismo? 

Vejam bem, ensinam-nos, dia e noite, a ser um autômato consumista, e já nem percebemos o quanto somos manipulados quando jogamos fora uma raiz pela qual pagamos e que pode nos alimentar mais vezes. 
Estamos vivendo uma era de consumo sem questionamento, temos enraizado dentro de nós o consumo que aprendemos pouco a pouco durante toda a nossa vida.

Um exemplo: outro dia um amigo se dispôs a cozinhar aqui em casa para todas as pessoas. Ele queria fazer um prato com erva-doce e por isso queria ir ao mercado. Dissemos-lhe que poderia ir ao canteiro colher a erva-doce que havíamos cultivado. Seguindo-o com os olhos, verificamos que ele insistentemente tentava retirar toda a planta, com raiz e tudo. Perguntamos-lhe se precisaria de toda a planta, incluindo a raiz. Ele então respondeu que, quando comprava a erva-doce no mercado, vinha ela com a raiz, mas normalmente ele jogava a raiz fora. Pedimos-lhe que pegasse apenas o que iria usar, e ele assim o fez.  A comida ficou deliciosa, e a erva-doce continuou linda e crescendo cada vez mais; fizemos muitos chás e novos pratos com ela posteriormente.

Comprovamos, pois, que estamos mesmo acostumados com a forma como o capitalismo nos apresenta as coisas, e isso se reflete em tudo ao nosso redor. Tudo é comprável e ao mesmo tempo tudo é descartável:  nossa comida, nossa saúde, nossos relacionamos.

Portanto, pense em um prato delicioso entre cujos ingredientes encontra-se a cebolinha, retire as folhinhas, guarde a raiz, aproveite cada minuto da sua refeição, convide amigos e amigas, ria, sorria, faça sorrir e depois encontre um vasinho, ou caixote de feira, encha de terra e enfie esta raiz uns dois centímetros dentro da terra, deixe num local bem iluminado, de preferência com luz natural (do sol, não de lâmpadas que imitam o sol) e olhe para ela todos os dias.  Sempre que precisar de cebolinha, retire apenas as folhinhas que precisará. E se você não tiver tempo para olhar para ela todos os dias, está na hora de você repensar o que escolheu para a sua vida.

Ah, não se esqueça de regar sua plantinha, pois, assim como acontece com as pessoas, se cuidarmos bem dela, poderemos sempre com ela contar.

A cebolinha e seus benefícios:
1.        A cebolinha possui vitamina A, que é importante para o nosso organismo por atuar como antioxidante e fortalecer o sistema imunológico, melhorar a visão e ajudar no crescimento do cabelo.
2.        Outra vitamina importante presente na cebolinha é a vitamina C, que ajuda na prevenção de muitas doenças e retarda o envelhecimento.
3.        A cebolinha, além de conter minerais como cálcio e fósforo, ainda é uma importante fonte de niacina, substância que estimula o apetite e deixa a pele mais bonita.