terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Curando com Uísque


Curando com Uísque
Herman Aihara
 
Em 1961, George Ohsawa participou do Seminário Macrobiótico de Verão realizado no Estado de Nova Iorque.

 Já familiarizado com a língua inglesa, palestrou desembaraçadamente, conquanto pouco se tenha preparado de antemão.  À época, Ohsawa estava às voltas com os efeitos do iogurte em seu próprio corpo.

Horas antes da palestra, Ohsawa interpelou-me:

̶   Herman, poderia me arranjar uma garrafa de uísque?

̶   Mas hoje é sábado. Todas as lojas estão fechadas   ̶  respondi-lhe, enquanto conjecturava por que diabos ele pedira uma garrafa de uísque.

̶   Herman, preciso de uma garrafa de uísque ainda hoje  ̶  replicou ele inflexível.

O sentido de urgência em sua voz acabou por levar-me a procurar uma. Fui à casa do organizador do seminário e, felizmente, consegui o destilado.

Não tardei em descobrir que Ohsawa sentia fortes dores no estômago em virtude de suas experiências com o iogurte. O uísque, inibindo a dor, permitiu-lhe proferir a conferência sem maiores contratempos.

Para Ohsawa, a doença era um jogo... e ele sabia muito bem como jogá-lo.