quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Redução das necessidades

 “O homem moderno não se experiencia a si mesmo como uma parte da natureza, mas como uma força exterior destinada a dominá-la e a conquistá-la. Ele fala mesmo de uma batalha contra a natureza, esquecendo que, se ganhar a batalha, estará do lado perdedor.”

“Ainda temos de aprender como viver em paz, não só com os nossos semelhantes, mas também com a natureza, e, principalmente, com aqueles Poderes Superiores que fizeram a natureza e nos fizeram a nós, pois com certeza não surgimos por acidente nem nos fizemos a nós mesmos.”

“O cultivo e a expansão das necessidades é a antítese da sabedoria. É igualmente a antítese da liberdade e da paz. Cada aumento de necessidades tende a agravar a dependência de uma pessoa de forças externas sobre as quais não pode exercer controle, e, portanto, agrava o medo existencial. Só com uma redução de necessidades pode-se promover uma genuína redução naquelas tensões que são as causas fundamentais da discórdia e da guerra.”


E. F. Schumacher , autor da obra “O negócio é ser pequeno”.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Autocontrole, nosso maior tesouro

      Autocontrole, 
nosso maior tesouro
                                                                                                                                                                      Mahatma Gandhi



Os médicos ocidentais violam nossos instintos religiosos. A maioria de suas preparações contém ou gordura animal ou licores alcoólicos; ambas as substâncias constituem tabu para os hindus e maometanos. Podem os ocidentais julgar-nos incivilizados; podem eles, diante de nossas proibições religiosas, julgar-nos supersticiosos: o fato, porém, é que esses médicos acabam por privar-nos do nosso maior tesouro, qual seja, nosso autocontrole. E assim enfraquecemos. Nestas circunstâncias ficamos incapazes de servir a nossa pátria. Estudar a medicina europeia equivale a aprofundar nossa escravidão.

Vale a pena, a propósito, considerar por que razão alguém escolhe ser médico. Não é por certo com o propósito de servir a humanidade. Alguém se faz médico com o fim de poder alcançar honras e riquezas. Tenho-me esforçado para demonstrar que a profissão médica realmente não presta serviço algum à humanidade, e que, ao revés, é daninha para esta. Os médicos fazem uma verdadeira exibição de seus conhecimentos e cobram honorários exorbitantes. Seus preparados, que intrinsecamente nada valem, custam-nos muitos dias de trabalho. O povo, na sua ingenuidade e com a esperança de livrar-se de alguma doença, permite que o explorem. Não são, pois, os curandeiros superiores aos médicos que assumem um ar pretensamente humanista?