terça-feira, 30 de agosto de 2016

Na prisão com Ohsawa


Na prisão com Ohsawa
 
No período em que ficou encarcerado, Ohsawa curou a muitos criminosos. Estes, quando ganhavam a liberdade, não se esqueciam do Sensei: visitavam-no com frequência e traziam-lhe sempre uma lembrança.  Ohsawa também curou o carcereiro, que, em troca, deu-lhe a chave da cadeia. “Você pode deixar a cela quando bem entender”, disse-lhe o homem agradecido.

Não raro, sentimo-nos prisioneiros em nosso próprio corpo – quando a doença nos vitima; em nosso próprio lar – quando o cônjuge já não nos compreende; em nosso próprio trabalho – quando o dono da empresa não hesita em explorar-nos.

Mas, como aconteceu a Ohsawa, embora prisioneiros, a chave do cárcere está em nossas próprias mãos.

O Espírito da Macrobiótica


O Espírito da Macrobiótica

O ENFRENTAMENTO DAS DIFICULDADES

Ohsawa insistiu em que o fundamento da saúde a da felicidade reside inexoravelmente na resistência a fenômenos como o frio e a fome. Acreditava ele que o frio e a fome, ambos yin, produzem um corpo e um espírito yang. Ohsawa estava convicto de que a saúde é a única arma com que podemos contar para alcançar a felicidade neste mundo de constante inconstância.

 

A NOÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Ohsawa acreditava que o alicerce da civilização Ocidental é o esquivar-se das responsabilidades.  Suas leis, seus contratos, seu sistema político, sua medicina, suas instituições em geral não constituem senão meios para justificar a violação das leis naturais.

Ohsawa ensinou que o indivíduo que vive se desculpando de seus erros jamais aprenderá com eles, e, portanto, nunca conquistará a felicidade. O Sensei repreendia com firmeza seus discípulos, caso fugissem às responsabilidades. A severidade de Ohsawa nessas horas, embora tendo finalidades educativas, acabava por afastar seus alunos. Muitos deles, entretanto, passados os anos, reconheceram o valor de tal comportamento, pois compreenderam que o hábito de desculpar-se reflete os protestos do ego. E, se em nossa vida nos deixamos levar pelos protestos do ego, jamais seremos felizes.

 

O QUE É JUSTIÇA

Quando Ohsawa se encontrava na França, um jovem veio procurá-lo. Era um filho seu perdido de vista havia muitos anos. O rapaz mostrava-se bastante doente. Em vez de consolá-lo, Ohsawa repreendeu-o muito severamente. O objetivo era fazê-lo entender o que é Justiça: a doença é um lembrete de Deus àqueles que vivem às turras com a Natureza. Com a mesma intenção, Ohsawa recusava-se a orientar quem quer que fosse uma segunda vez.  O doente que voltava a procurá-lo dava provas de que ainda não alcançara a verdadeira causa de seu sofrimento. E condescender em ajudá-lo novamente era o mesmo que desviá-lo do caminho da saúde real.