quinta-feira, 31 de março de 2016

Alimentação Crua ao Modo Macrobiótico: Vegetais Marinados com Caldo de Umeboshi

Alimentação Crua ao Modo Macrobiótico
Vegetais Marinados com Caldo de Umeboshi
David Briscoe




N
ão há como negar: a alimentação crua está na ordem do dia. Em Los Angeles e San Francisco enxameiam os restaurantes onde se podem comer refeições completamente cruas. Há de tudo no cardápio: bolos, biscoitos, entradas... Minha amiga italiana, a encantadora Tiziana, é a responsável pela padaria dos restaurantes de alimentação crua na região da baía de San Francisco. No Dia de Ação de Graças, Tiziana nos envia uma seleção de suas mais famosas tortas cruas. São de fato uma delícia!

Há muitos mal-entendidos acerca da macrobiótica. Talvez o mais difuso e arraigado seja o que lhe atribui o preceito da não ingestão de alimentos crus. Não conheço nada mais distante da realidade: há maravilhosas receitas macrobióticas cruas, tais como saladas prensadas, vegetais marinados, picles, saladas de frutas e, naturalmente, saladas cruas. O estilo macrobiótico de elaborar pratos crus estimula a mastigação, preserva as vitaminas e transmite frescor. Tanto os entusiastas da alimentação crua quanto os próprios macrobióticos têm muito a ganhar introduzindo receitas macrobióticas cruas em suas refeições diárias.

As receitas cruas não devem ser encaradas somente como uma moda, pois podem ser utilizadas com o propósito de regular nosso organismo. Os alimentos crus, por exemplo, refrescam um organismo que se ressente do calor excessivo – em dias quentes ou em climas quentes são eles especialmente bem-vindos. Ademais, se alguém apresenta um histórico de consumo exagerado de gordura animal ou de gordura de qualquer espécie, os alimentos crus podem ajudá-lo a reduzir a gordura acumulada e a dispersar o excesso de calor. Para os que estão acima do peso, têm a circulação muito ativa (o que leva à condição de aquecimento corporal) e contam com um sistema digestivo forte, o consumo de alimentos crus pode representar um ganho real em termos de saúde. Para aqueles que estão muito magros em virtude da tensão nervosa ou do consumo exagerado de alimentos excessivamente cozidos e salgados, a introdução de receitas cruas em suas refeições pode significar uma revelação. Por outro lado, pessoas debilitadas, friorentas, anêmicas, que necessitam de energia e calor devem minimizar ou mesmo evitar o consumo de alimentos crus até que a vitalidade lhes seja restituída.

Eu frequentemente recomendo o consumo regular de alimentos crus como parte de uma refeição saudável, a menos que a pessoa apresente um sistema digestivo extremamente fraco, sofra de doenças de pele, tenha passado recentemente por uma cirurgia ou revele qualquer reação física negativa aos alimentos crus. A maioria das pessoas, no entanto, se beneficia com a inclusão de porções cruas nas refeições diárias – elas sentem-se mais leves, mais relaxadas, mais hidratadas, mais vitalizadas. Confiar em nossa sensibilidade é mais vantajoso do que seguir mecanicamente teorias e conceitos sobre o que é ou não é saudável, apropriado ou “correto” no âmbito da alimentação. Na macrobiótica nenhum estilo de preparação dos alimentos é previamente excluído. Somos, ao contrário, estimulados a aprender diferentes estilos, a fim de que possamos selecionar o que se mostre mais harmônico com a fase da vida e com as condições sociais, geográficas e climáticas em que nos encontramos.

A macrobiótica dispõe de muitos métodos de preparação de alimentos crus, e todos objetivam tornar os alimentos mais digestivos e saborosos. Amigos meus que se tornaram entusiastas da alimentação crua não conseguem mais viver sem os seus desidratadores, extratores de sucos, liquidificadores Vita-Mix e aparelhos elétricos que tais. Para eles, a preparação de alimentos crus envolve não raro alguma ferramenta complexa e algum investimento financeiro significativo. Quando, porém, incluo alimentos crus em minha própria refeição, prefiro contar com as receitas simples da macrobiótica, que, por sinal, não requerem qualquer equipamento especial. Ao contrário dos barulhentos e estridentes cortadores, espremedores, amassadores e extratores elétricos, os métodos macrobióticos manuais de preparação de alimentos crus são delicados e suaves, e preservam a vitalidade e as propriedades dos alimentos por respeitar-lhes a integridade e a energia naturais.

Apresento abaixo uma receita de vegetais marinados. Esta receita é tão fácil, e o resultado é tão saboroso, que ninguém poderá esquivar-se de, ao menos, tentar reproduzi-la. Todos os meus amigos que aderiram à alimentação crua encantaram-se com esse método muito simples que prescinde de qualquer aparelho elétrico.

            Rabanetes marinados com Caldo de Umeboshi

·        10 rabanetes (com as folhas já retiradas)
·        140 ml de Caldo de Umeboshi
·        400 ml de água

1-     Lave os rabanetes.
2-     Coloque-os num pote. Cubra-os com o Caldo de Umeboshi e a água.

3-     Deixe marinando durante a noite.

Óleo de Gema de Ovo Caipira

Óleo de Gema de Ovo Caipira

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al remédio caseiro é o resultado da carbonização de gemas de ovos caipiras. Seu preparo é relativamente simples, embora requeira certa paciência de beneditino: leve ao fogo, numa frigideira de ferro, cinco gemas de ovos caipiras. Mexa constantemente até que as gemas se convertam numa massa escura. Ao final do processo, o óleo se desprenderá do turvo amálgama.

Ingira ½ colher de chá de óleo de gema de ovo caipira duas vezes ao dia em casos de debilidade cardíaca, para tonificação geral e para aumentar a vitalidade, incluindo a sexual.

Pode ser aplicado externamente. É muito eficaz nas hemorroidas rebeldes, eczemas, feridas e cortes de difícil cicatrização.

Caso a paciência não seja sua principal virtude, pode você adquirir o óleo de gema de ovo caipira no entreposto do Restaurante Metamorfose.