quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sangue: A Ponte entre o Espírito e a Matéria




 Sangue: A Ponte entre o Espírito e a Matéria
                                                                                                                                 Christopher Vasey


O
 papel do sangue não se restringe a irrigar os tecidos. Constitui ele também uma ponte entre o espírito imaterial do homem e seu corpo físico. Esta função não reconhecida do sangue nos permite compreender melhor a nós mesmos e a ampliar nossos horizontes terapêuticos.

Qual é a finalidade do sangue?

É geralmente aceito que o papel do sangue consiste em irrigar os tecidos orgânicos, abastecendo as células com oxigênio e nutrientes. Também reconhecemos o papel que ele desempenha na eliminação de toxinas, bem como na transmissão hormonal de mensagens de uma célula a outra. Além disso, sabemos que o sangue é responsável pelo sistema de defesa do nosso organismo.

Poder-se-ia concluir, tendo em vista as informações anteriores, que o sangue não passa de um servo fiel do corpo, que este o utiliza para realizar uma variada gama de funções. Hierarquicamente falando, é como se o corpo estivesse em primeiro plano, enquanto o sangue, com seu vital embora subordinado papel, em segundo plano.

Será isso, porém, verdade?  O sangue desempenha, de fato, um papel secundário?

Analisando fatos bem conhecidos, veremos que este não é o caso.

Durante um período de 24 horas de diálise, podemos eliminar de 300 a 400 gramas de ureia, ao passo que a simples presença de 2 gramas de ureia em 1 litro de sangue é considerada uma grave ameaça. Uma vez que em nosso corpo só circulam aproximadamente 7 litros de sangue, donde provêm os 300 ou 400 gramas de ureia? É evidente que o sangue não pode estocá-los, desde que a presença nele de poucas gramas é mortal.  A verdade é que essa grande quantidade de ureia é armazenada no corpo, mais precisamente nos tecidos orgânicos, e só podem surgir na circulação por intermédio da diálise. Se o corpo é então sacrificado dessa maneira e deve suportar o altíssimo preço da intoxicação pela ureia a fim de que o sangue mantenha estável a sua composição, não significa isso, pois, que o sangue é muito mais importante que o corpo, e que o corpo é que desempenha o papel de servo fiel do sangue?

Sangue e deficiências

Essa posição de destaque do sangue é também evidenciada pelo processo oposto, ou seja, quando a ameaça ao equilíbrio do sangue não tem origem no excesso de uma substância prejudicial, como explicado anteriormente, mas sim na falta de substâncias essenciais. Normalmente o sangue contém certa quantidade de substâncias alcalinas (cálcio, sódio, etc.), usadas por ele para neutralizar os ácidos que ameaçam a estabilidade de seu pH, ou, em outras palavras, sua ligeira alcalinidade. Quando a presença de ácidos é excessiva e regular, esses minerais alcalinos se esgotam, e outro sistema de defesa é acionado: minerais alcalinos são retirados de diferentes tecidos do corpo. Eles são removidos do esqueleto, das unhas, da pele, dos cabelos, a fim de restabelecer o nível do pH do sangue.

Mas se esse mecanismo não resolver o desequilíbrio de pH do sangue, a remoção de minerais alcalinos do corpo não se interrompe, a ponto de nele se instalar uma verdadeira ruína: os ossos se descalcificam, tornando-se porosos; os dentes degeneram, desintegram-se e, por fim, caem; a pele começa a apresentar rachaduras, e assim por diante.

Mais uma vez, a importância primordial do sangue é claramente comprovada pelo sacrifício do corpo em favor do sangue. Com o propósito de manter a composição ideal do sangue, minerais alcalinos são retirados dos tecidos e órgãos, não importando o quanto serão eles prejudicados.

Esses dois exemplos não são excepcionais nem únicos. As mesmas reações de defesa são constatadas quando outros resíduos, além da ureia, estão envolvidos, e quando se trata de outras substâncias nutricionais que não os minerais alcalinos.

Portanto, ao contrário da crença popular, o sangue não existe para servir ao corpo, mas o corpo é que existe para servir ao sangue.

O papel não reconhecido do sangue

Os exemplos anteriores demonstram o que acontece em termos fisiológicos quando nossa vida é ameaçada. As prioridades evidenciam-se: o corpo foi sacrificado para salvar o sangue. É o sangue, indiscutivelmente, mais importante. No entanto, uma questão de primeira ordem se impõe: se o corpo, conforme vimos, serve ao sangue, o sangue serve a quê?

Uma coisa é certa: se o sangue é mais importante que o corpo, aquilo a que o sangue serve deve ser mais importante ainda. Mas o que será?

A razão pela qual o sangue existe é servir ao espírito. O papel do sangue é estabelecer uma ponte entre o corpo e o espírito. Sem o sangue, o espírito não encarna nem permanece encarnado no corpo físico, que não é senão seu instrumento e ferramenta. O espírito, por conseguinte, não está conectado ao corpo, mas ao sangue. É unicamente por meio do sangue que ele, o espírito, conecta-se ao corpo. Agora nós podemos entender por que o corpo trabalha tão intensamente em favor do sangue, chegando ao limite do sacrifício. Sem o sangue, não há conexão e, portanto, não há vida material. Se o corpo possui o dom da vida não é por causa do sangue, mas por causa do espírito, que a ele se conecta por intermédio do sangue.

Novos horizontes terapêuticos


O fato de que o sangue desempenha o papel de ponte significa que o espírito pode ser alcançado por seu intermédio.  Se regimes alimentares ou dietas especiais interferem na composição do sangue, tudo leva a crer que podem também alterar o estado espiritual do homem. Muitas pessoas que hoje sofrem de fobias indefinidas mas persistentes, de depressão e outros distúrbios de ordem espiritual, podem ser tratadas sem o uso de substâncias químicas artificiais que atuam diretamente no sistema nervoso. Existem terapias que atingem o espírito indiretamente, restituindo ao sangue sua composição ideal. Estes tratamentos são simples e naturais. Consistem, por um lado, em dar ao sangue aquilo de que ele necessita por meio de regimes alimentares e ingestão de vitaminas e minerais específicos para cada caso; e, por outo lado, em purificar o sangue através de dietas de curto prazo e técnicas fitoterápicas. Desta forma, tanto o corpo quanto o espírito serão curados.

Para Fortalecer o Sangue: Ume-Sho-Ban


Para Fortalecer o Sangue:
           Ume-Sho-Ban
Michio Kushi

Macere a poupa de uma Umeboshi (ameixa salgada japonesa). Adicione ½ colher de chá de Shoyo (molho de soja fermentada). Despeje 1 xícara de Banchá (chá de folhas de três anos) fervente, coe e tome. Você pode ainda adicionar algumas gotas de sumo de gengibre.

Esta bebida é indicada para os seguintes casos:


·        Anemia
·        Acidez sanguínea
·        Circulação sanguínea débil
·        Cansaço
·        Náusea
·        Falta de apetite
·        Dor de cabeça causada pelo consumo exagerado de alimentos yin (frutas, doces, açúcar refinado, etc.)


Nota: As ameixas salgadas japonesas que mais se prestam para o uso medicinal são as envelhecidas por 5 anos.