sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Por que querem que você fique com medo da Babosa


Por que querem que você fique com medo da Babosa
Dr. Carlos Lyrio*






Foi veiculada no FANTÁSTICO uma matéria intitulada “É BOM PRA QUÊ?”. A reportagem começa com a âncora do programa dizendo que a “babosa dos xampus” pode ser perigosa quando utilizada “para tratar o câncer”. Na sequência, o Dr. Dráuzio Varella faz uma comparação entre a fitoterapia e a quimioterapia no tratamento do câncer entre outras patologias. O que me chamou a atenção foi a tendência explícita para denegrir a fitoterapia, principalmente como prática popular.

Toda a matéria foi pautada enfocando os perigos da prática fitoterápica, como se os seculares chás das nossas vovós fossem feitiçarias mortais para os pobres coitados moribundos enganados pelos bruxos fitoterapeutas. Eu pergunto:

1 - Você já ouviu falar de alguém que morreu porque tomou boldo?
2 - Você já ouviu falar de alguém que foi parar no CTI porque usou quebra-pedra?
3 - Ou ainda, você já ouviu falar de alguém que tomou babosa para tratar o câncer e ficou fraco, careca e quase morreu?

Em contrapartida, quantas pessoas que você conhece morreram depois que começaram a usar radiação e quimioterápicos para tratar o câncer? Quem nunca soube de um caso de alguém que foi fazer um simples exame de radiografia que usa contraste e foi parar no CTI? Será que o Dr. Dráuzio Varella, porta-voz da verdade de plantão, está realmente preocupado com os chás, ou talvez sua preocupação esteja mais voltada para garantir o mercado da indústria farmacêutica?

No dia 2 de janeiro de 2007 o jornal The New York Times publicou uma matéria assinada pelos jornalistas Gilbert Welch, Lisa Schwartz e Steven Woloshin intitulada Epidemic of Diagnoses (Epidemia de Diagnósticos). O artigo começa com os jornalistas dizendo textualmente que “a maior ameaça à saúde apresentada pela medicina americana é o fato de cada vez mais estar afundando não numa epidemia de doenças, mas sim numa epidemia de diagnósticos”. Eles mostram que tal epidemia tem graves e nocivos desdobramentos. O primeiro é o que eles chamam de medicalização da vida cotidiana.

Na matéria dizem que “a maioria de nós passa por sensações físicas ou psicológicas desagradáveis que, no passado, eram consideradas como parte da vida. Se uma criança tossir depois de fazer exercícios, ela tem asma. Se tiver problemas com leitura, é disléxica. Se estiver infeliz, tem depressão. Se alternar entre euforia e tristeza, tem distúrbio bipolar.”

O segundo desdobramento é o que eles consideraram como uma tendência de descobrir doenças o quanto antes. Os jornalistas afirmam que “diagnósticos que eram usualmente restritos a moléstias graves, hoje são diagnosticados em pessoas que absolutamente não apresentam sintomas, os famosos grupos de risco e pessoas com predisposição.”

Isso se dá graças à avançada tecnologia que torna possível qualquer diagnóstico em qualquer pessoa: artrite em pessoas sem dores nas juntas, úlcera em pessoas sem dores no estômago e câncer de próstata em milhões de pessoas que, não fosse pelos exames, viveriam da mesma forma e sem ser consideradas pacientes com câncer.

O principal desdobramento da epidemia de diagnósticos é o que os jornalistas intitulam de epidemia de tratamentos. Aqui eles mostram que “nem todos os tratamentos têm reais benefícios, mas quase todos podem ter reais prejuízos”. Finalizando o artigo, os autores revelam que por trás da epidemia de diagnósticos existe um grande interesse, pois “mais diagnósticos significa mais dinheiro para a indústria farmacêutica, planos de saúde, hospitais, e médicos”.

Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças. Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário de seus países-membros, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza estas plantas ou preparações destas.

Parece que o Dr. Dráuzio Varella e sua equipe fantástica da telinha estão na contramão da realidade. Nos Estados Unidos, berço da indústria farmacêutica, a tendência do povo é tratar, SIM, o câncer com babosa. O pior é que na reportagem ainda tentaram denegrir a imagem da Igreja Católica, que tem uma participação expressiva e legítima na prática popular da saúde em regiões longínquas desse nosso país continental, onde não existe tecnologia e muito menos tecnólogos da saúde, onde só as plantas fazem a diferença, graças a Deus!

É BOM PRA QUEM? Vou deixar a resposta para o Médico Britânico Vermon Coleman, autor, entre outros, do best-seller Bodypower (O Poder do Corpo): “A prática da medicina é um grande negócio. Milhares de empresas têm interesse documentado na sua doença”. Por isso é que querem que você fique com medo da Babosa. É FAN-TÁS-TI-CO!

*Médico homeopata, diretor do Instituto Roberto Costa, autor dos livros "Homeopatia por Você", "Menopausa" e "Resfriado, Gripe e Pneumonia". Ele tem um canal no YouTube sobre homeopatia e saúde.

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