domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ácido e Alcalino: Um Resumo


Ácido e Alcalino: Um Resumo
Carl Ferré

Herman Aihara desenvolveu sua teoria do ácido e alcalino em resposta às considerações de Ohsawa sobre o tema.
Por ter adotado como critério a presença de certas substâncias nos alimentos sódio, cálcio, fósforo, súlfur , Ohsawa designou yin os alimentos ácidos e yang os alimentos alcalinos. Aihara, suspeitando que o mestre não houvesse alcançado o essencial, mergulhou em aprofundados estudos e acabou por estabelecer uma distinção vital entre alimentos ácidos e alimentos geradores de acidez.
De acordo com ele, o importante era levar em conta os efeitos (acidificantes ou alcalinizantes) de determinado alimento depois de digerido e assimilado. Aihara constatou que os alimentos alcalinos apresentam, sem exceção, um efeito alcalinizante, fato que o levou a denominá-los alimentos geradores de alcalinidade. Com os alimentos ácidos, contudo, não constatou a mesma relação, pois enquanto uns apresentam um esperado efeito ácido, outros apresentam um inesperado efeito alcalino. Estes últimos, embora ácidos, denominou-os também alimentos geradores de alcalinidade.
Além disso, Aihara descobriu que há alimentos geradores de alcalinidade de tendência yin tanto quanto de tendência yang; e há alimentos geradores de acidez de tendência yang tanto quanto de tendência yin. Carne e ovos (ambos yang) e laticínios e doces (ambos yin), por exemplo, provocam acidez.
Advirta-se, finalmente, que o resumo de Carl Ferré ora publicado trabalha integralmente com as noções de alimentos geradores de alcalinidade e alimentos geradores de acidez. (N. do E.)





1.       Nossa saúde está diretamente conectada à condição de nosso meio interno (plasma e líquido intersticial). E a condição de nosso meio interno é diretamente influenciada pelos alimentos que ingerimos e pelas atividades que praticamos diariamente. Embora haja muitos outros fatores envolvidos, o estudo do ácido e do alcalino mostra-se, no que diz respeito à nossa saúde, particularmente vantajoso.

2.       O processo é realmente muito simples. Nós nos beneficiamos quando nosso meio interno encontra-se ligeiramente alcalino; e adoecemos quando nosso meio interno torna-se muito ácido. Quanto mais ácido nosso meio interno, mais problemáticas as desordens que se nos deparam. E todas as desordens – não importa a causa – crescem num ambiente ácido. Todavia, tanto os alimentos que geram alcalinidade, quanto os que geram acidez são necessários para uma condição saudável – tornar-se muito alcalino, embora raro, também é prejudicial.

3.       Muitos problemas de saúde, de um pequeno mal-estar a doenças mais sérias, representam a tentativa do corpo de purificar o meio interno – ingerir, a cada refeição, mais alimentos que geram alcalinidade do que alimentos que geram acidez constitui uma estratégia para estimular esse processo. Aumente a proporção de alimentos geradores de alcalinidade se o meio interno acha-se excessivamente ácido. Advirta-se que é preferível não ingerir refeições compostas exclusivamente de alimentos geradores de acidez (ou alcalinidade), especialmente por um espaço de tempo longo.

4.       Grosso modo, os alimentos podem ser classificados em geradores de acidez e geradores de alcalinidade considerando-se o teor de proteínas, gorduras e minerais que apresentam. Alimentos que contêm muita proteína, gordura e carboidrato provocam acidez, ao passo que alimentos ricos em vitamina e minerais provocam alcalinidade.

5.       Os alimentos que escolhemos, o modo como os preparamos e comemos refletem sobremaneira no nosso bem-estar, na quantidade de energia de que dispomos e nas doenças que porventura venhamos a contrair. A qualidade do nosso meio interno é de suma importância para a manutenção e restauração de nossa saúde. Ofereço abaixo sugestões tendo em vista as condições das pessoas.


Para pessoas saudáveis, considerar a seguinte proporção: 55 a 60% de alimentos  geradores de alcalinidade para 40 a 45% de alimentos formadores de acidez.
Para pessoas com um ou mais sinais de advertência, tais como fadiga, obedecer a esta proporção até os sinais desaparecerem: 60 a 65% de alimentos causadores de alcalinidade para 35 a 40% de alimentos provocadores de acidez.
Para pessoas com uma ou mais desordens já instaladas, observar a proporção que se segue até a eliminação das desordens: 65 a 75% de alimentos geradores de alcalinidade para 25 a 35% de alimentos geradores de acidez.
Para pessoas com doenças sérias ou que lhes ameaçam a vida, adotar a seguinte proporção até as doenças desaparecerem: 70 a 80% de alimentos causadores de alcalinidade para 20 a 30% de alimentos causadores de acidez.

6.       O estudo e o consumo dos alimentos integrais e naturais são determinantes em nossas vidas. Há uma grande variedade de alimentos saudáveis. Quanto mais ingerimos vegetais frescos (incluindo vegetais marinhos), conservas produzidas naturalmente, ervas e especiarias de qualidade inquestionável, grãos integrais, feijões, nozes, castanhas, sementes e frutas (quando nossa condição assim o permitir), mais saudável – e equilibrada no que se refere ao ácido e alcalino – é nossa dieta.

7.       Abaixo segue uma lista de alimentos geradores de alcalinidade organizada por categorias:

Grãos integrais: grãos germinados, arroz selvagem, arroz japonês, amaranto e quinoa.
Vegetais: todos os vegetais orgânicos e frescos, exceto batatas sem casca.
Conservas: todas as conservas produzidas naturalmente.
Ervas e especiarias: todas, exceto noz-moscada.
Frutas: geradoras de alcalinidade para pessoas saudáveis que não apresentam dificuldade de processar ácidos; geradoras de acidez para pessoas que se encontram doentes ou apresentam dificuldade de processar ácidos.
Feijões: brotos de feijões.
Nozes, castanhas e sementes: germinadas, amêndoas e a maioria das sementes.
Óleos: óleo de abacate, óleo de linhaça, óleo de sementes de cânhamo, óleo de oliva.
Alimentos de origem animal: manteiga clarificada (ghee) e gema de ovo.
Adoçantes: melaço de alfarroba, mel cru, agave (suco concentrado de cacto), concentrado de pera e rapadura integral.
     Bebidas: leite de amêndoas não adoçado, kukicha (banchá com os gravetos), suco de grama de cevada, suco de cenoura, e quase todos os chás de ervas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário