domingo, 31 de maio de 2015

Macrobiótica e Alimento Animal

Macrobiótica e Alimento Animal



A
s recomendações dietéticas mudaram bastante desde que Ohsawa desembarcou pela primeira vez nos EUA no final de 1959. A carne ocupava a base das antigas pirâmides alimentares, e os produtos lácteos predominavam sobre os grãos integrais e legumes frescos. Hoje a maioria dessas pirâmides sofreram modificações, e teorias dietéticas abundam. Parece que todo mundo vive em busca da dieta ideal para a saúde e a longevidade.

Dentro dos círculos macrobióticos, assiste-se ao acirrado debate sobre a utilização adequada dos alimentos de origem animal dentro de uma prática macrobiótica. Há desde os que defendem somente o consumo de peixes de carne branca - se absolutamente necessários -, até os que advogam a ingestão de alguma proteína animal em cada refeição.

Na verdade, o que está por trás desse debate é o fato de que não há uma dieta que funcione para todo mundo o tempo todo. Cada pessoa precisa determinar a dieta ideal para si próprio utilizando os princípios macrobióticos. Muda-se de dieta conforme as circunstâncias e os projetos de cada um.





Diálogo com Herman e Cornellia Aihara sobre Alimento Animal

O seguinte diálogo foi extraído de um encontro pela manhã no Vega Study Center no final de 1980.

Pergunta: Você tem sido fiel aos ensinamentos de George Ohsawa ou discorda deles em algum aspecto?

Herman: Na verdade, não tenho sido um discípulo muito fiel. Ainda bem! Expus minhas “traições” no livro Ácido e Alcalino. Não creio, por exemplo, que a dieta número 7, constituída de arroz integral tão somente, seja indicada para o homem contemporâneo. Além disso, Ohsawa insistiu em que os seres humanos devem viver sem alimento animal. Para mim, é esse um ponto de vista muito rígido.

Pergunta: Eu tenho câncer. Deveria ter comido o peixe branco defumado que foi servido ontem?

Cornellia: Não há problemas quanto ao peixe branco exclusivamente. Está tudo bem. Se você estiver realmente cansado, pode consumir peixe branco para tonificar-se, mas não o peixe vermelho ou rosa.

Pergunta: Eu não quero comer carne ou peixe de qualquer espécie. Preciso me preocupar realmente com isso?

Cornellia: Muitas pessoas que são vegetarianas dizem que não devemos comer carne, queijo, etc. Quase sempre se tornam dogmáticas com essa teoria. Mas, muitas vezes, elas já comeram carne, frango, peixe, etc. no passado. Na verdade, elas tornaram-se vegetarianas. Elas não são vegetarianas, mas estão vegetarianas. Mas aqueles que nunca comeram frango e carne antes podem precisar comê-los! Estabelecer regras dietéticas inflexíveis é sempre desastroso.

Pergunta: Ohsawa ensinou que não devemos acreditar absolutamente em nada, mas buscar, cada um de nós, a sua própria verdade.

Cornellia: Concordo. Eu, por exemplo, não acredito completamente nas teorias de Ohsawa. Acho que nem ele próprio acreditava: vi-o, mais de uma vez, comendo peixe.


Herman: Na verdade, nenhum ser humano é vegetariano. Todos os fetos são carnívoros. Nessa fase, nós vivemos do sangue de nossa mãe. Originalmente, todos somos carnívoros, e depois tornamo-nos comedores de grãos.

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