domingo, 29 de março de 2015

Como devemos mastigar

Como devemos mastigar
Tomio Kikuchi



É preciso reconhecer a importância da mastigação. A mastigação é o único movimento fisiológico do organismo humano que funciona através da autoconsciência e do controle voluntário. É a única atividade que pode ser regulada pela vontade própria. Depois de engolir o bolo alimentar, não podemos exercer nenhuma vontade sobre ele. Alguém pode pensar: “Eu esqueci de mastigar e engoli; então vou mastigar no estômago.” Mas será que isso é possível? Não podemos movimentar o estômago pela nossa própria vontade. Mesmo forçando, não conseguiremos. O controle mental não chega até ao estômago, ao intestino ou ao coração. Imaginemos se o coração dissesse: “Ah! hoje eu vou descansar um pouco, pois estou muito cansado!” O único movimento fisiológico que a nossa vontade pode controlar é a mastigação! Quando se perde essa oportunidade, tudo o mais está perdido. Logo depois de iniciada a deglutição dos alimentos, já não funciona o controle voluntário, o controle sobre o alimento se perde.

A alimentação mercantilista, oferecendo mais facilidade para engolir, faz com que nossa condição física se atrofie cada vez mais. Essa alimentação impede também a movimentação dos dentes, destruindo-os pela imobilidade e consequente diminuição do fluxo sanguíneo. Isso acarreta o enfraquecimento de todas as outras expressões do nosso corpo.

Para que se obtenha o resultado desejado com a mastigação, é necessário observar a relação entre o volume de alimento na boca e o tempo exigido para bem triturá-lo e insalivá-lo. O volume ideal de cada bocado é aproximadamente de 8,5g a 9,5g de arroz cozido, para as pessoas adultas, o que equivale a mais ou menos 130 a 150 grãos de arroz cozido. Já a velocidade ideal da mastigação é de 120 a 160 movimentos por minuto. Esse é o padrão. Cada um pode treinar, utilizando-se de um relógio. Dessa maneira, poderemos descobrir a velocidade de mastigação necessária. Por isso, não adianta mastigar exageradamente durante um longo tempo, gastando-se para isso mais de uma ou duas horas. É indispensável obedecer à ordem da velocidade da mastigação. Às vezes, quando perguntamos a uma pessoa se ela mastiga bem, ela responde que sim. Mas, quando observamos, constatamos que sua mastigação é exageradamente lenta, não obedecendo à ordem da velocidade.

No Japão, a maneira usada para determinar o preço de um cavalo era a verificação de estado de seus dentes e de seu esterco. Todos os mercadores e potreiros podiam avaliar a resistência, a longevidade, a digestão, a absorção, a renovação sanguínea e a saúde geral dos cavalos através da verificação dos seus dentes e do seu esterco. De fato, essa forma de avaliação funciona muito bem. Por quê? Certamente porque a condição fundamental da saúde é determinada pelo estado geral dos dentes, que, por sua vez, determinam a capacidade da mastigação, da digestão, da absorção, da renovação sanguínea e de outras funções orgânicas.

A importância da mastigação não reside apenas na movimentação da mandíbula. O papel mais importante da mastigação é a insalivação dos alimentos.


As pessoas também podem ser avaliadas pela verificação dos seus dentes e pelo estado de suas fezes.

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