quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Três Mil Renascimentos



Três Mil Renascimentos
                                                                                                          Dick Smith





Sempre segui à risca os princípios macrobióticos. Mas Ohsawa, assim que me alcançava com os olhos, censurava-me: “Muito mau!” Com relação à minha esposa, porém, tudo era diferente. Mal ela chegava com um sorriso largo, abraçando-o e beijando-o, ele, perscrutando-lhe as mãos e os olhos, elogiava-a: “Muito bom!”. Não podia eu compreender este comportamento do sensei, pois sabia que minha esposa não era muito fiel à dieta.
           
Um dia, enchi-me de coragem e perguntei a Ohsawa o porquê de tratamentos tão distintos. Ele respondeu-me: “Ela é muito alegre e extrovertida; e isso é muito bom, independente do que ela coma. Pessoas muito sérias e severas em breve fracassarão, e de fato já fracassaram, se não se regozijam com a vida cada dia mais.”
           
Por ocasião de um seu aniversário, Ohsawa enviou-nos da Itália um cartão em que dizia: “Nasço e renasço três mil vezes a cada dia, pois, para mim, cada respiração é como se fosse um novo nascimento.”
           
Um dia, alguém comentou: “Esta vida não é importante, porque, quando morremos, atingimos planos mais elevados.” Ohsawa, ouvindo o comentário, ponderou: “A você é dado apenas um único corpo – cuide muito bem dele e usufrua cada momento de sua vida. Seja grato por cada respiração. Só assim você experimentará a verdadeira felicidade.”



Nenhum comentário:

Postar um comentário