Quando
compramos um maço de cebolinha, geralmente cortamos as folhas para cozinhar e
jogamos no lixo a raiz – diga-se, porém, que isso só vale para quem ainda
tem o habito de cozinhar, pois ultimamente ouvimos muitas pessoas dizerem que
já nem dispõem de tempo para cozinhar, e por isso desistiram de ter um fogão em
casa.
Forçosamente
me veio uma reflexão: se já não temos tempo algum para cozinhar para nós mesmos
e para as pessoas de quem gostamos, o que estamos fazendo com o nosso tempo?
Mas voltemos
à cebolinha. Vocês sabiam que mesmo depois de tirar as folhas da cebolinha a
raiz pode ser plantada? E que ela vai viver e dar novas folhas em bem pouco
tempo? Sim, isto é verdade, fazemos isso aqui em casa e sempre funciona muito
bem. Temos sempre cebolinha fresquinha, e a cada renovação de folhas o gosto
fica ainda melhor. Afinal, nem todo mundo consegue ter hortaliças livres de
pesticidas, e a cada nova geração ela fica ainda mais limpinha.
Mas que diabos
tem isto que ver com a possibilidade de nos livrarmos pouco a pouco do
capitalismo?
Vejam bem,
ensinam-nos, dia e noite, a ser um autômato consumista, e já nem percebemos o
quanto somos manipulados quando jogamos fora uma raiz pela qual pagamos e que
pode nos alimentar mais vezes.
Estamos vivendo uma era de consumo sem questionamento, temos enraizado
dentro de nós o consumo que aprendemos pouco a pouco durante toda a nossa vida.
Um exemplo:
outro dia um amigo se dispôs a cozinhar aqui em casa para todas as pessoas. Ele
queria fazer um prato com erva-doce e por isso queria ir ao mercado. Dissemos-lhe
que poderia ir ao canteiro colher a erva-doce que havíamos cultivado. Seguindo-o
com os olhos, verificamos que ele insistentemente tentava retirar toda a
planta, com raiz e tudo. Perguntamos-lhe se precisaria de toda a planta, incluindo
a raiz. Ele então respondeu que, quando comprava a erva-doce no mercado, vinha ela
com a raiz, mas normalmente ele jogava a raiz fora. Pedimos-lhe que pegasse
apenas o que iria usar, e ele assim o fez. A comida ficou deliciosa, e a erva-doce
continuou linda e crescendo cada vez mais; fizemos muitos chás e novos pratos
com ela posteriormente.
Comprovamos,
pois, que estamos mesmo acostumados com a forma como o capitalismo nos
apresenta as coisas, e isso se reflete em tudo ao nosso redor. Tudo é comprável
e ao mesmo tempo tudo é descartável: nossa comida, nossa saúde, nossos
relacionamos.
Portanto,
pense em um prato delicioso entre cujos ingredientes encontra-se a cebolinha,
retire as folhinhas, guarde a raiz, aproveite cada minuto da sua refeição,
convide amigos e amigas, ria, sorria, faça sorrir e depois encontre um vasinho,
ou caixote de feira, encha de terra e enfie esta raiz uns dois centímetros
dentro da terra, deixe num local bem iluminado, de preferência com luz natural
(do sol, não de lâmpadas que imitam o sol) e olhe para ela todos os dias.
Sempre que precisar de cebolinha, retire apenas as folhinhas que
precisará. E se você não tiver tempo para olhar para ela todos os dias, está na
hora de você repensar o que escolheu para a sua vida.
Ah, não se
esqueça de regar sua plantinha, pois, assim como acontece com as pessoas, se
cuidarmos bem dela, poderemos sempre com ela contar.
A cebolinha
e seus benefícios:
1.
A cebolinha possui vitamina A, que
é importante para o nosso organismo por atuar como antioxidante e fortalecer o
sistema imunológico, melhorar a visão e ajudar no crescimento do
cabelo.
2.
Outra vitamina importante presente na cebolinha é
a vitamina C, que ajuda na prevenção de muitas doenças e
retarda o envelhecimento.
3.
A cebolinha, além de conter minerais como cálcio e fósforo, ainda é uma importante fonte de niacina, substância que estimula o apetite e deixa a pele mais
bonita.
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