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redominasse
a influência de Magotaro sobre o seu primogênito e jamais a criança haveria de
tornar-se alguém. Para que o melhor dos destinos se cumprisse, decisivo foi o
papel da mãe, Setsuko: por intermédio dela é que o interesse pelo conhecimento
em geral e pela humanidade em particular grassou no espírito do menino.
Cinco anos após o casamento, Magotaro abandona a família
para viver com a amásia. Setsuko, a
essa altura com dois filhos, agarra-se à primeira oportunidade de trabalho,
nunca se queixando quer da falta de integridade do marido quer das dificuldades
financeiras que a oprimem.
Anos ininterruptos de trabalho árduo tornam-na presa
fácil da tuberculose. Quando a doença se mostra invencível, chama Setsuko ao
leito os dois meninos. Ao mais novo, sabendo-lhe yang, recomenda a carreira militar.
Ao mais velho, sabendo-lhe yin, recomenda a carreira literária. Mas logo os
previne de que o conhecimento não deve restringir-se ao necessário para o
desempenho de uma profissão: deve, ao contrário, espraiar-se pelas mais
diversas regiões. Não deixa de confiar a ambos, porém, que a verdadeira vocação
humana está em ajudar os pobres e enfermiços. Faltando-lhe o ar, afunda no
leito, cerra os olhos e despede-se da vida.
Aos pequenos resta recolherem-se num monastério budista.
Quando o primogênito começa a prosperar no comércio,
Magotaro reaparece pedindo-lhe dinheiro. Ao negar-lhe o filho qualquer ajuda
financeira, o degenerado pai, sem a menor vacilação, dirige-se à delegacia de
polícia. Vê-se o filho, então, obrigado a sustentar aquele que, em tempos
passados, havia atirado no desalento e no desamparo a própria família.
Anos mais tarde, o primogênito escreveria em seu diário:
“Qual a razão deste pai existir, já que não tem valor algum?”
Em contrapartida, lê-se no mesmo documento: “O que hoje
sou, e o que desejo ser no futuro, devo-o integralmente à influência de minha
mãe, que morreu quando eu tinha apenas 10 anos de idade.”
Antes de deitar na página o ponto final, uma breve
notícia: o primogênito chamava-se George Ohsawa.