N
|
ão há como negar: a alimentação crua está na ordem do dia. Em
Los Angeles e San Francisco enxameiam
os restaurantes onde se podem comer refeições completamente cruas. Há de tudo
no cardápio: bolos, biscoitos, entradas... Minha amiga italiana, a encantadora
Tiziana, é a responsável pela padaria dos restaurantes de alimentação crua na
região da baía de San Francisco. No Dia de Ação de Graças, Tiziana nos envia
uma seleção de suas mais famosas tortas cruas. São de fato uma delícia!
Há muitos
mal-entendidos acerca da macrobiótica. Talvez o mais difuso e arraigado seja o
que lhe atribui o preceito da não ingestão de alimentos crus. Não conheço nada
mais distante da realidade: há maravilhosas receitas macrobióticas cruas, tais
como saladas prensadas, vegetais marinados, picles, saladas de frutas e,
naturalmente, saladas cruas. O estilo macrobiótico de elaborar pratos crus
estimula a mastigação, preserva as vitaminas e transmite frescor. Tanto os
entusiastas da alimentação crua quanto os próprios macrobióticos têm muito a
ganhar introduzindo receitas macrobióticas cruas em suas refeições diárias.
As receitas
cruas não devem ser encaradas somente como uma moda, pois podem ser utilizadas
com o propósito de regular nosso organismo. Os alimentos crus, por exemplo,
refrescam um organismo que se ressente do calor excessivo – em dias quentes ou
em climas quentes são eles especialmente bem-vindos. Ademais, se alguém
apresenta um histórico de consumo exagerado de gordura animal ou de gordura de
qualquer espécie, os alimentos crus podem ajudá-lo a reduzir a gordura
acumulada e a dispersar o excesso de calor. Para os que estão acima do peso,
têm a circulação muito ativa (o que leva à condição de aquecimento corporal) e
contam com um sistema digestivo forte, o consumo de alimentos crus pode
representar um ganho real em termos de saúde. Para aqueles que estão muito
magros em virtude da tensão nervosa ou do consumo exagerado de alimentos
excessivamente cozidos e salgados, a introdução de receitas cruas em suas
refeições pode significar uma revelação. Por outro lado, pessoas debilitadas,
friorentas, anêmicas, que necessitam de energia e calor devem minimizar ou
mesmo evitar o consumo de alimentos crus até que a vitalidade lhes seja
restituída.
Eu
frequentemente recomendo o consumo regular de alimentos crus como parte de uma
refeição saudável, a menos que a pessoa apresente um sistema digestivo
extremamente fraco, sofra de doenças de pele, tenha passado recentemente por
uma cirurgia ou revele qualquer reação física negativa aos alimentos crus. A
maioria das pessoas, no entanto, se beneficia com a inclusão de porções cruas
nas refeições diárias – elas sentem-se mais leves, mais relaxadas, mais
hidratadas, mais vitalizadas. Confiar em nossa sensibilidade é mais vantajoso
do que seguir mecanicamente teorias e conceitos sobre o que é ou não é saudável,
apropriado ou “correto” no âmbito da alimentação. Na macrobiótica nenhum estilo
de preparação dos alimentos é previamente excluído. Somos, ao contrário,
estimulados a aprender diferentes estilos, a fim de que possamos selecionar o
que se mostre mais harmônico com a fase da vida e com as condições sociais,
geográficas e climáticas em que nos encontramos.
A
macrobiótica dispõe de muitos métodos de preparação de alimentos crus, e todos
objetivam tornar os alimentos mais digestivos e saborosos. Amigos meus que se
tornaram entusiastas da alimentação crua não conseguem mais viver sem os seus
desidratadores, extratores de sucos, liquidificadores Vita-Mix e aparelhos
elétricos que tais. Para eles, a preparação de alimentos crus envolve não raro
alguma ferramenta complexa e algum investimento financeiro significativo.
Quando, porém, incluo alimentos crus em minha própria refeição, prefiro contar
com as receitas simples da macrobiótica, que, por sinal, não requerem qualquer
equipamento especial. Ao contrário dos barulhentos e estridentes cortadores,
espremedores, amassadores e extratores elétricos, os métodos macrobióticos
manuais de preparação de alimentos crus são delicados e suaves, e preservam a
vitalidade e as propriedades dos alimentos por respeitar-lhes a integridade e a
energia naturais.
Apresento
abaixo uma receita de vegetais marinados. Esta receita é tão fácil, e o
resultado é tão saboroso, que ninguém poderá esquivar-se de, ao menos, tentar reproduzi-la.
Todos os meus amigos que aderiram à alimentação crua encantaram-se com esse
método muito simples que prescinde de qualquer aparelho elétrico.
Rabanetes
marinados com Caldo de Umeboshi
·
10
rabanetes (com as folhas já retiradas)
·
140
ml de Caldo de Umeboshi
·
400
ml de água
1- Lave os rabanetes.
2- Coloque-os num pote. Cubra-os com o
Caldo de Umeboshi e a água.
3- Deixe marinando durante a noite.